É bastante comum, na atividade de consultoria, defrontarmo-nos com situações em que as áreas
de contabilidade e/ou fiscal das empresas oferecem uma certa resistência para o trabalho do
consultor. A pergunta que fica é: qual é a dificuldade para que o trabalho de consultoria seja
apenas uma forma complementar à operação fiscal/contábil das empresas?
É sabido que o sistema tributário brasileiro é extremamente complexo, isto quando não é
ambíguo e oferece interpretações diversas para o mesmo tema (vide o volume de temas
tributários em discussão nos tribunais administrativos e judiciais). Também é de conhecimento
geral que diariamente aproximadamente 50…. isso mesmo, 50 normas de natureza tributária
(sejam elas de natureza administrativa ou judicial) são alteradas. Além disso, decisões
administrativas, soluções de consulta e decisões judiciais alteram frequentemente os
entendimentos sobre matérias tributárias (isso no âmbito municipal, estadual e federal), o que
torna a vida do profissional da contabilidade/fiscal extremamente dificultada.
Para as empresas que possuem contabilidade interna ainda há uma razoável possibilidade de
acompanhar, em tempo real, as atualizações tributárias, desde que possua profissional com
tempo disponível apenas para estudá-las e analisar a aplicabilidade na atividade da empresa.
Mas e aquelas empresas que possuem contabilidade externa, será que é possível exigir que seu
contador acompanhe em tempo real as alterações na legislação tributária, haja vista que
normalmente este profissional contábil atende uma gama infinita de situações que envolvem
clientes dos mais diversos segmentos econômicos? Enfim, NÃO SE PODE RESPONSABILIZAR a
contabilidade pela solução de 100% das situações haja vista que é praticamente impossível, no
Brasil, manter-se atualizado o tempo todo.
Normas tributárias podem ser alteradas e, num lapso curto de tempo (em alguns dias), provocar
reflexos financeiros importantes às empresas, seja por benefícios que deixaram de ser
aproveitados (ativos a recuperar), seja por passivos que podem ser constituídos. Quanto maior
o volume de negócios, maior o risco no atraso da correta implementação da norma tributária.
Desta forma parece claro que CONTADOR e CONSULTOR precisam ser parceiros de trabalho. O
propósito é sempre oferecer ao empresário a melhor situação de conformidade tributária para
o seu negócio.
NÃO É MAIS POSSÍVEL que seja mantida uma perspectiva CONCORRENCIAL entre contabilista e
consultor. Ambos precisam ser parceiros e se unirem para fazer um trabalho de excelência, em
que todos serão beneficiados, sobretudo o cliente.
Amigo contador, convidamos você para ser nosso parceiro!
Glaucio Lemes (auditor fiscal aposentado, advogado tributarista e consultor de empresas)
MOSAICO INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL
