O TRABALHO DE CONSULTORIA NÃO É “REINVENTAR A RODA” !

Há uma cultura bastante disseminada entre o empresariado de que as consultorias normalmente focam apenas os resultados imediatos e buscam, a qualquer custo, entregar resultados

Há uma cultura bastante disseminada entre o empresariado de que as consultorias normalmente focam apenas os resultados imediatos e buscam, a qualquer custo, entregar resultados positivos e impactantes para os diversos tipos de negócio. Fica sempre aquela sensação de que está se tentando “reinventar a roda”. Não são raras as vezes em que o consultor ouve do potencial cliente: “Isso meu departamento contábil ou fiscal já faz” ou, “O que você está me oferecendo já está sob o cuidado do meu advogado de confiança”, entre tantas outras alegações para não contratar os serviços de um consultor. Ou seja, o empresário tem sempre a impressão de que serviço de consultoria “é mais do mesmo”.
O olhar consultivo precisa, necessariamente, ser sistêmico. É necessário olhar o negócio numa perspectiva “macro” de modo que seja permitido observar que eventuais oportunidades para racionalização e melhoria de “performance” não estão necessariamente vinculadas a práticas de gestão equivocadas, mas que podem ser aperfeiçoadas.
A consultoria que vende “apenas” soluções de curto prazo tende, via de regra, a desaparecer. A prática consultiva exige acurácia e perspicácia, enxergar situações que podem ser melhoradas e que nem sempre estão tão óbvias ou transparentes quanto possa parecer.
A prática empresarial, o empreendedorismo, muitas vezes demanda tanta energia dos seus dirigentes, até pela necessidade de sobrevivência num ambiente altamente concorrencial, que inviabiliza uma visão mais aberta sobre todo o ambiente corporativo. O dia-a-dia requer tanto tempo e exige esforços tão expressivos (às vezes desmedidos, com empresários trabalhando de 12 a 14 horas por dia) que situações comezinhas deixam de ser observadas e se tornam pequenas sangrias para o negócio como um todo. O escoadouro nem sempre tem total visibilidade, eventualmente ele pode acontecer pelo velho estilo “conta gotas”.
Desta forma releva comentar que a boa consultoria é multidisciplinar, sistêmica e precisa (sim, precisa muito) transitar em todos os departamentos de uma empresa para que possa efetivamente produzir resultados importantes e para que entregue benefícios reais para seus clientes. Trabalhos “recortados” tendem a dar resultados precários, incompletos.
Consultoria não existe necessariamente para fazer revisão de procedimentos, encontrar erros administrativos ou de gestão, mas principalmente para fazer análises de cenários e entregar projetos de incremento de “performance”.
Se não for assim, a consultoria de fato estará apenas tentando “reinventar a roda”.

Por: Glaucio Lemes – Consultor Tributário da Mosaico Inteligência Empresarial

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